Há
uma novidade difícil de ser ignorada. Em todo o mundo, nos países pobres ou
ricos, a mídia tradicional está sendo transformada por um competidor que não
existia antes. Esse competidor é a própria sociedade. Tradicionais empresas de
mídia como, por exemplo, o New York Times e a BBC estão tendo de repensar seus
modelos de negócios e até mesmo seu modelo de redação para competir nos novos
tempos.
Todas
essas mudanças rompem com padrões que caracterizam os meios de comunicação de
massa. O termo ''jornalismo cidadão'' foi adotado em todo o mundo e também no
Brasil para nomear a produção de notícias nesse novo universo.
De
uma forma muito simplificada, pode-se dizer que você se transforma em um
cidadão jornalista quando toma uma iniciativa de divulgar uma informação.
Sempre haverá um público interessado no que você produzir, mesmo que seja um
número reduzido de pessoas. Assuntos que interessam apenas a públicos
específicos até combinam muito com o jornalismo cidadão, já que a mídia de
massa pode não ter pretensão em abordá-los, quando não o faz com
interesses corporativistas.
Esse novo
modelo não exclui a produção dos jornalistas profissionais, mas acrescenta à
ela a contribuição de cidadãos jornalistas, leigos que são testemunhas de fatos
importantes, gente que está no lugar certo e na hora certa para cobrir um
evento.
O
jornalismo cidadão é também assunto para muitas discussões. A ética do que é
produzido sem regras e técnicas jornalísticas é a primeira questão que emerge.
Quem garante a veracidade da notícia? Que cuidados toma o autor não
profissional em relação ao que produz? É preciso cursar uma faculdade para
exercer a função de jornalista? Quais são os limites da privacidade em um mundo
onde todos são repórteres de plantão?
A
internet é uma grande aliada na divulgação do material que o cidadão produz ou capta. Com uma câmera ou um celular na mão, ele pode publicar suas imagens
em blogs, redes sociais, ou até mesmo fornecer o conteúdo ao uma grande mídia e
vê-la sendo utilizada como complemento à alguma reportagem.
Sem
dúvida, tornou-se indispensável a participação do cidadão na construção da
notícia.
Esse
é o novo cenário da comunicação no mundo e que está apenas começando. Saber o que
é ou não relevante para um determinado contexto e espaço geográfico é papel da
imprensa juntamente com a sociedade. Porém, em sua finalização, cabe à mídia
profissional com os conhecimentos críticos e análises profundas o que será,
efetivamente, taxado como informação a ser publicada.
Vinícius
Magalhães (3º Período de Jornalismo)
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