quinta-feira, 3 de maio de 2012

JORNALISMO CIDADÃO




Há uma novidade difícil de ser ignorada. Em todo o mundo, nos países pobres ou ricos, a mídia tradicional está sendo transformada por um competidor que não existia antes. Esse competidor é a própria sociedade. Tradicionais empresas de mídia como, por exemplo, o New York Times e a BBC estão tendo de repensar seus modelos de negócios e até mesmo seu modelo de redação para competir nos novos tempos.

Todas essas mudanças rompem com padrões que caracterizam os meios de comunicação de massa. O termo ''jornalismo cidadão'' foi adotado em todo o mundo e também no Brasil para nomear a produção de notícias nesse novo universo.

De uma forma muito simplificada, pode-se dizer que você se transforma em um cidadão jornalista quando toma uma iniciativa de divulgar uma informação. Sempre haverá um público interessado no que você produzir, mesmo que seja um número reduzido de pessoas. Assuntos que interessam apenas a públicos específicos até combinam muito com o jornalismo cidadão, já que a mídia de massa pode não ter pretensão em abordá-los, quando não o faz com interesses corporativistas.

Esse novo modelo não exclui a produção dos jornalistas profissionais, mas acrescenta à ela a contribuição de cidadãos jornalistas, leigos que são testemunhas de fatos importantes, gente que está no lugar certo e na hora certa para cobrir um evento.

O jornalismo cidadão é também assunto para muitas discussões. A ética do que é produzido sem regras e técnicas jornalísticas é a primeira questão que emerge. Quem garante a veracidade da notícia? Que cuidados toma o autor não profissional em relação ao que produz? É preciso cursar uma faculdade para exercer a função de jornalista? Quais são os limites da privacidade em um mundo onde todos são repórteres de plantão?

A internet é uma grande aliada na divulgação do material que o cidadão produz ou capta. Com uma câmera ou um celular na mão, ele pode publicar suas imagens em blogs, redes sociais, ou até mesmo fornecer o conteúdo ao uma grande mídia e vê-la sendo utilizada como complemento à alguma reportagem.

Sem dúvida, tornou-se indispensável a participação do cidadão na construção da notícia.
Esse é o novo cenário da comunicação no mundo e que está apenas começando. Saber o que é ou não relevante para um determinado contexto e espaço geográfico é papel da imprensa juntamente com a sociedade. Porém, em sua finalização, cabe à mídia profissional com os conhecimentos críticos e análises profundas o que será, efetivamente, taxado como informação a ser publicada.

Vinícius Magalhães (3º Período de Jornalismo)

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